Eu e a folha branca (1)(11-11)
me sinto morto quando a voz me
falta
me sinto a dançarina da ribalta
quando cessa a orquestra
me sinto longe, besta
me sinto ausente da festa
me sinto vazio à beça
me sinto o rio que corre na
floresta quando a chuva escassa não alimenta a cachoeira
sinto a raiva que não passa
sinto a dor da sua ausência
sinto como penitência
sinto pressa
sinto estar desperdiçando a vida
toda em audiência sobre coisa que não me interessa!
sinto-a distante, dispersa
sinto-lhe presente, embora omissa
sinto-te querida, ao meu lado a
cada letra impressa
sim, toco sua face em minha tela e
acalanto o sonho de revê-la
me sinto assim a cada noite por não
tê-la