terça-feira, 15 de novembro de 2011

Poesia minha da série "Eu e a folha branca"


Eu e a folha branca (1)(11-11)

me sinto morto quando a voz me falta
me sinto a dançarina da ribalta quando cessa a orquestra
me sinto longe, besta
me sinto ausente da festa
me sinto vazio à beça
me sinto o rio que corre na floresta quando a chuva escassa não alimenta a cachoeira

sinto a raiva que não passa
sinto a dor da sua ausência
sinto como penitência
sinto pressa
sinto estar desperdiçando a vida toda em audiência sobre coisa que não me interessa!

sinto-a distante, dispersa
sinto-lhe presente, embora omissa
sinto-te querida, ao meu lado a cada letra impressa
sim, toco sua face em minha tela e acalanto o sonho de revê-la

me sinto assim a cada noite por não tê-la

me sento, e a tecla preta já não conforta mais minha mazela

Um comentário:

  1. Sempre a folha em branco... / posta, preste a nos ter / por inteiro / após o toque primeiro / da tecla.
    Parabéns, poeta!
    José Torres

    ResponderExcluir