Haverei de
levantar a vasta vida
que ainda agora
é teu espelho:
cada manhã haverei
de reconstruí-la.
Desde que te
afastaste,
quantos lugares
tornaram-se vãos e sem sentido,
iguais à luz do dia.
Tardes que
foram o nicho da tua imagem,
músicas com que
sempre me aguardavas,
palavras
daquele tempo,
eu terei que
quebrá-las com minhas mãos.
Em que buraco
esconderei minha alma
para que não
veja tua ausência
que como um sol
terrível, sem acaso,
brilha
definitiva e desapiedada?
Tua ausência me
rodeia
como a corda na
garganta,
como o mar em que se
afunda.
Jorge Luis
Borges
Muitas vezes a ausência é presença que dói, mortifica, dilacera. Outras, ponte para conduzir os passos a um ponto de fuga, ou de espera. Outras tantas, no entanto, é suspiro que enche o peito de sonho e acena uma primavera...
ResponderExcluirMuitas vezes a ausência é presença que dói, mortifica, dilacera. Outras, ponte para conduzir os passos a um ponto de fuga, ou de espera. Outras tantas, no entanto, é suspiro que enche o peito de sonho e acena uma primavera...
ResponderExcluir