sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

de Clarice, que nós tanto gostamos. do Livro dos Prazeres.


"Quero que isto que é intolerável continue porque quero a eternidade. Quero esta espera contínua como o canto avermelhado da cigarra, pois tudo isso é a morte parada, é a eternidade de trilhões de anos das estrelas e da Terra, é o cio sem desejo, os cães sem ladrar.
É nessa hora que o bem e o mal não existem. É o perdão súbito, nós que nos alimentamos com o gosto secreto da punição. Agora é a indiferença de um perdão. Pois não há mais julgamento. Não é um perdão que tenha vindo depois de um julgamento. É a ausência de juiz e condenado."

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