sábado, 9 de fevereiro de 2013

Falso-Poeta


Falso-Poeta (carnaval de 2013)

Eu vi uma namorada dar um abraço tão gostoso no namorado
que a inveja piscou sua luz horrível dentro de mim.

Eu sou um falso-poeta.
Poetas verdadeiros transformam esta dor em Arte.
Minha dor é apenas dor.
Falta-me a nobreza de permanecer na dor.
Eu quero mais é que isto acabe, e um novo amor apareça,
e a felicidade volte novamente.
Por isso eu sou um falso-poeta.

Verdadeiros poetas são grandes punheteiros
que passam anos presos a amores impossíveis...
Eu não.
Escrevem centenas de páginas incompreensíveis em construções esdrúxulas
porque acreditam no hermetismo...
(o que será que rima com fúcsia???)
Eu não.

Para mim, palavra boa é a que comunica.
Por isso eu sou um falso-poeta.

Antigamente quando me chamavam de “poeta” eu achava lindo.
Hoje não.

Me desculpe meu querido Bukowski, mas um rabo decente, hoje custa mais que 50 dólares.
Poesia não paga um rabo decente, por isso eu sou um falso-poeta.

Eu quero é ser empresário. Ter minha própria Mercedes Benz.
Não pensar na conta do Banco pelo menos uma vez...
Putas de 10.000 reais, isso sim é que é vida.

Eu quero é lançar um livro.
Talvez de tão falso, eu ainda faça sucesso.

Sérgio Deslandes

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